Andreia Psicologa

Medo da Solidão

Estar só não é uma tarefa por vezes fácil, pois, criasse a necessidade de ter a companhia de si mesmo, algumas pessoas lidam muito bem de forma construtiva, enquanto outras apresentam grande dificuldade. Se olharmos por uma nova ótica, o que é muitas vezes encarado como algo devastador, a solidão não remete apenas o fato de estar só, mas do significado que damos ao que vivemos. A solidão é um sentimento da presença de ausência, ela é essencialmente simbólica, com isso os conflitos são inerentes a condição humana, pois, os medos, as frustrações, o desamparo e a solidão negada não deixam de existir. 

É possível com que o sujeito esteja em meio a uma multidão, mesmo assim, se sinta só, pois o sentimento de solidão é caracterizada por uma profunda sensação de vazio, que diz respeito a forma com que se lida com a própria companhia, assim implicando na aproximação que devesse ter consigo mesmo, possibilitando na abertura de uma “caixa proibida”, onde em algum momento tenha sido deixado sofrimentos e assuntos mal resolvidos, e se analisarmos possivelmente encontraremos a questão da solidão sempre sendo associada dentro de um contexto negativo, trazendo assim, um sinônimo de castigo, que dentro de um contexto mais exploratório ficará claro que desde a infância aprende-se que ficar sozinho é uma forma de punição, possibilitando assim um exemplo claro: quando os pais penalizam seus filhos, os deixando sozinhos dentro de seu quarto por ter sido desobediente, pois, assim o fará pensar e nunca mais cometer o mesmo ato, trazendo uma questão muito forte de punição, encarando que ao se colocar sozinho ele sofrerá.    

Seja de modo condicionado ou através da insegurança, o medo da solidão desnuda traz uma faceta da fragilidade humana, quando ocorre a fuga do isolamento que dura muito mais tempo que deveria, há grande possibilidade com que o indivíduo fique imerso em si mesmo, comprometendo a sua capacidade de estabelecer contato com outras pessoas, e mesmo que venha interagir e ou mesmo viver momentos que antes encarava como importante, não sentirá essa interação, não tendo mais importância.
Então, por que será que as pessoas se sentem sozinhas? Posso responder mediante alguns fatores: uma carga trazida da infância; o medo de ser rejeitado; o fracasso; irritabilidade excessiva; se sentir desprotegido e vulnerável perante os outros, a insegurança;  a impaciência; a falta de tolerância na convivência; a vida corrida e em meio a diversas tarefas que o sujeito se coloca para resolver, pode se ter a perda da vida social; outro ponto determinante é o momento competitivo que algumas Empresas estão vivendo, assim moldando profissionais dentro da mesma categoria, gerando a extinção do que é natural passando ao automático, criando possíveis profissionais competitivos e desconfiados por qualquer tipo de aproximação; a facilidade do mundo virtual, que distância cada vez mais do contato real e estimado, gerando na dificuldade em se relacionar e baixa autoestima.

O que falta na pessoa, é estímulos para perceber que ficar sozinho não é demérito. Ao contrário, é competência emocional que garante liberdade e dignidade. É ficando sozinho que o indivíduo dimensiona sua força, avalia seu potencial e se reinventa. É na solidão que se conclui que a felicidade procurada só pode ser encontrada dentro de si. Ao concluir isso, a autonomia pessoal cresce e a ilusão de que alguém irá salvá-lo some. Paradoxalmente, quanto maior for a capacidade do indivíduo em ficar sozinho, menos sozinho ele ficará. Se você possui dificuldade em lidar com a solidão, é necessário entrar em contato com seus sentimentos, compreendendo os motivos que o levou a adotar tal comportamento. 

Que tal procurar ajuda?

Psicóloga Andréia Figueiredo Antunes

CRP 06/141335

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